sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nova York é exemplo de Arquitetura Verde

Arquitetos apostam em energia solar e reaproveitamento de esgoto para criar soluções que não destruam o meio ambiente.

Se o sonho dos arquitetos virar realidade, um edifício gigante em formato de libélula vai mudar para sempre a história de Nova York. Não só pela beleza.

O projeto Dragonfly é uma fazenda vertical de 132 andares, com espaço para criação de animais de pequeno porte, produção de frutas, verduras e plantas. A ideia é reconectar os moradores da selva de pedra com a vida rural, em um paraíso ecológico urbano que possa produzir 100% da energia que consome e, ao fornecer alimentos para os vizinhos evitar a poluição gerada hoje pelo transporte em caminhões que vêm de longe para abastecer a metrópole.

Enquanto o futuro não chega, esqueça o corre corre enfumaçado de Nova York e olhe para os jardins suspensos de um prédio que, de tão verde, foi batizado de “Visionário". Quando o sol ilumina o sul da Ilha de Manhattan, os moradores agradecem.

Painéis solares absorvem os raios e garantem 5% da energia do edifício. Os eletrodomésticos consomem pouco, as luzes se apagam sozinhas. O “Visionário” tem redução de 40% na conta de energia. O ar que circula pelos apartamentos logo é retirado do prédio por um poderoso sistema de exaustão.

"A intenção é manter o ar fresco. Você tem uma circulação constante de ar dentro e fora dos apartamentos, com uma qualidade de ar muito superior", explica o administrador do edifício Marc Klein.

Uma estação de esgoto permite o reaproveitamento de quase cem mil litros de água por dia. Assim, quando você lava as mãos, a água volta para o lugar de onde veio, é tratada e reutilizada. Por tudo isso, o edifício mereceu grau platina, o nível mais alto de certificação ambiental, de acordo com parâmetros adotados pelos Estados Unidos e outros 30 países.

Ao deitar, só resta aos moradores admirar uma belíssima fotografia do passado: uma cidade que ainda é mais cinza do que verde, mas que está sempre disposta a mudar.

A mudança não precisa ser necessariamente visível a olho nu. Afinal, ninguém pretende fazer cirurgia plástica nos arranha-céus de Nova York. Os arquitetos entenderam que a grande reforma não será no corpo, mas na alma, no interior dos edifícios. Mesmo que ele seja um gigante de 102 andares, a conclusão é que dá para pintar tudo de verde.

A intenção dos donos do edifício mais alto de Nova York, o Empire State, é trazer o prédio de quase 80 anos para os padrões do século 21. A reforma-verde do Empire State vai custar US$ 20e milhões, mas deve se pagar em cinco anos, com redução de 38% no consumo de energia.

Curioso é pensar que, há muito tempo, Nova York já foi uma cidade com arquitetura verde. Até que apareceu o ar-condicionado - uma invenção genial - que mudou completamente o desenho dos prédios, mas criou um problema.

"Os prédios foram fechados por completo e viraram enormes blocos de vidro. Agora estamos tentando retomar princípios que foram usados pelos arquitetos por séculos e séculos, como a posição em relação ao sol ou mesmo o uso de ventilação natural. Chegamos a um ponto em que essas preocupações já fazem parte da forma como pensamos. No futuro, não vamos precisar falar sobre arquitetura verde. Isso será tão óbvio que vai ser apenas arquitetura", aponta o arquiteto-chefe Craig Graber.

A nova Nova York já começa a surgir. Está quase pronto o prédio bilionário que vai servir de sede para o maior banco dos Estados Unidos. Serão produzidos quase cinco megawatts de energia. A estrutura do edifício vai reaproveitar a água da chuva e reutilizar toda a água usada no edifício. Um exemplo de que beleza, progresso e meio-ambiente podem habitar perfeitamente a mesma arquitetura. Mesmo nesse mar de concreto.

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