segunda-feira, 31 de maio de 2010

Arquitetura Ecológica

Reportagem




http://www.youtube.com/watch?v=fb_1fI5dKIo


“Arquitetura Verde” contribui para melhor qualidade ambiental

Prédios são desenvolvidos com o objetivo de otimizar o uso de energia


Um dos benefícios proporcionados pela implementação da Lei de Eficiência de Energética e, posteriormente do Decreto nº 4.059, foi ter despertado a consciência da sociedade para as edificações eficientes ou “arquitetura verde” que tem como principal objetivo proporcionar construções com menor custo energético e melhor qualidade de vida.

O consumo de energia em estabelecimentos comerciais, residenciais e de serviços públicos representa uma parcela substancial da demanda nacional de eletricidade, gás natural e derivados de petróleo. Destina-se, principalmente, à iluminação, condicionamento ambiental, refrigeração de alimentos, cozimento, aquecimento de água, acionamento de elevadores e bombas, além de equipamentos eletroeletrônicos, dentre outros.

 Segundo o Balanço Energético Nacional de 2004 (ano base de 2003), os consumidores dessas três categorias foram responsáveis por cerca de 16% do consumo final energético do país. Quanto ao consumo por fonte de energia, utilizaram: 45,2% da Energia Elétrica; 91% de GLP (gás liquefeito de petróleo); 14,7% de Gás Natural (GN); além de 46,6% de Carvão e Lenha, que tendem a ser substituídos, em parte, pelo GLP e GN, pois estes são menos poluentes ao meio ambiente.

Cada vez mais se observa a ascendência não só dos preços quanto dos suprimentos de energia, especialmente nas áreas urbanas mais congestionadas, aumentando a importância de se projetar novos prédios e de se adaptar os antigos, a fim de se reduzir seus custos energéticos.

No Brasil, há um bom tempo vem se difundindo e valorizando o conceito de “arquitetura verde” e a aplicação de seus conceitos com o emprego da co-geração, aproveitamento da iluminação natural, sistemas de iluminação e de controle de elevadores mais eficientes e melhor isolamento térmico. Mesmo assim, o desperdício é considerável. Um exemplo disto é a predominância do sistema de refrigeração instalado na parede externa do estabelecimento que, além de não apresentar normalmente eficiência elevada, são freqüentemente expostos ao sol, o que acarreta na perda de rendimento da ordem de 30%.

A "arquitetura verde" envolve alterações, muitas vezes significativas, na maneira de projetar, construir e operar edifícios. Um dos aspectos relevantes deste novo conceito arquitetônico é a importância conferida aos custos de manutenção e utilização das edificações, enquanto o enfoque tradicional privilegiou o custo inicial de construção. Para alcançar estes objetivos, conta-se com ampla variedade de recursos tecnológicos que podem reduzir significativamente as despesas mensais com a aquisição de diversas modalidades de energia, particularmente eletricidade e gás.

Outro conceito dessas edificações diz respeito ao suprimento de energia com o emprego freqüente da geração distribuída, quer a partir de turbinas a gás, quer de células de combustível e aproveitamento do calor residual para o condicionamento ambiental. Além da energia a ser utilizada, leva-se em conta a natureza dos materiais de construção empregados, o consumo de água e a compatibilidade dos diversos sistemas que compõem as instalações prediais.
Fonte: http://www.conpet.gov.br/noticias/noticia.php?id_noticia=298&segmento=

domingo, 30 de maio de 2010

Alemanha - Um dos países pioneiros no setor de Arquitetura Ecológica

Arquitetura Verde "made in Germany"

A Alemanha ocupa há muito uma posição de destaque quando se trata de arquitetura ecológica. Uma mostra itinerante em cidades da Europa, Índia e Paquistão revela, até abril de 2006, detalhes do que se tem feito no país.


Casa giratória movida a energia solar

As portas do edifício R128 não têm maçanetas. Nem os banheiros do prédio têm torneiras. Um mero aceno de mão basta para que as portas se abram ou para que a água começe a jorrar. Isso graças a sensores sensibilíssimos. Em 2000, o arquiteto alemão Werner Sobek já chamava a atenção em todo o mundo para seu projeto.

   Casa completamente reciclável


"Heliotropo"Embora o design radical do R128 tenha chamado a atenção da mídia, é seu valor ecológico que faz com que Sobek se sinta orgulhoso de seu projeto. Além de ser plenamente transportável, a R128 é completamente reciclável, por ser composta de vidro, aço, alumínio e madeira.

A casa é uma das nove edificações que formam a exposição itinerante Made in Germany: Arquitetura e Ecologia, que deverá percorrer várias cidades na Europa, Índia e Paquistão. Inaugurada em Barcelona – onde poderá ser vista até fins de agosto – , a mostra segue em setembro para Amsterdã. Em outubro e novembro, estará em Riga.

Entre os projetos expostos está, entre outros, um jardim-de-infância, cujas descargas sanitárias nos banheiros utilizam água de chuva. No mais, pode-se ainda ver na exposição um “heliotropo”: uma casa que dispõe de um sofisticado sistema de energia solar, girando em torno de si mesma para melhor aproveitar a luz do sol.

Aspectos econômicos da ecologia

Além dos aspectos ecológicos, os edifícios expostos ainda têm outra coisa em comum: são caros. Porém, a longo prazo, rentáveis. “As instalações solares são amortizadas entre 15 e 20 anos. Tudo isso, mesmo considerando que a construção de casas ecológicas é subvencionada pelo Estado alemão”, assegura Fried Ranft, da empresa Casa, de Aachen.

A Casa dedica-se à arquitetura ecológica, um setor em franca expansão na Alemanha. “As pessoas estão percebendo que esse é um tipo de arquitetura que vale a pena, um bom investimento. Além disso, elas ficam mais satisfeitas consigo mesmas, quando investem na própria qualidade de vida. E sentem-se bem em suas novas casas”, diz Ranft.

Boom de energias renováveis

Coleto Solar
A Alemanha é um dos países pioneiros no setor de arquitetura ecológica. Quem produz energia em sua própria casa, tem a garantia do Estado de que pode vender seu “produto” a preços fixos, durante 20 anos. O resultado é um verdadeiro boom do setor de energias renováveis no país. Segundo o Ministério alemão do Meio Ambiente, este tipo de energia corresponde a 2,9% do consumo energético na Alemanha. A meta é chegar a 4,2% até o ano de 2010.







sábado, 29 de maio de 2010

Arquitetura Verde no Brasil

O Edifício Harmonia 57 - Admirável verde vivo



O projeto do edifício de escritórios Harmonia 57 em São Paulo se tornou um notório exemplar da boa arquitetura e da aplicação de metas sustentáveis atualmente.

Com soluções simples, técnicas vernáculas e uma tipologia que não desrespeita seu entorno, o edifício, despretensiosamente, vem conquistando a opinião de arquitetos, estudantes e até mesmo o premio ‘Naja’, dado pelo Ministério da Cultura Francês a jovens arquitetos. É definitivamente um novo olhar sobre a “arquitetura verde”.


Foto 1 – O edifício visto desde sua praça central.
Mas o que fazem de esse edifício sustentável, ‘verde’ e especial?

Esse artigo busca fazer um passeio pelo projeto através de fotos, revendo as técnicas e soluções criativas usadas pelos arquitetos. Já que uma boa forma de se entender a Sustentabilidade na arquitetura é analisar e estudar sua aplicação.

O edifício foi projetado pelo escritório de arquitetura Triptyque, formado por uma arquiteta brasileira e três arquitetos franceses. Os quatro, que foram colegas de faculdade, decidiram montar um escritório em São Paulo onde suas idéias seriam motivadas pelas inúmeras possibilidades de criação que a cidade oferece. Essa sociedade deu certo e já estão totalmente adaptados à forma de viver brasileira, o que transparece em todas as suas criações.

O ‘Harmonia 57’ está localizado na Vila Madalena, bairro de São Paulo conhecido por sua grande atividade cultural e boemia. Hoje muitos ateliês, centros de exposições, escolas de musica e teatro dão cara ao bairro.


Foto 2 – O edifício em meio a seu contexto paulistano.

O edifício vai mais além de que um elemento inerte inserido no meio da paisagem paulistana. Esse objeto é um organismo literalmente com vida, pois cresce e muda sua aparência. É justamente esse o conceito: “como um organismo vivo, o edifício respira, sua e se modifica transcendendo sua inércia”. Cada época do ano uma arquitetura diferente, que se transforma como um corpo orgânico. Uma mistura de arquitetura e arte, onde a funcionalidade, tão presente no projeto, brinca com as novas formas de intervir no espaço urbano.

Sua volumetria é bastante objetiva e clara: são 2 blocos interligados por rampas e decks. O primeiro é formado por um térreo e dois pavimentos (com um escritório de 85 m² e terraço cada um). O segundo bloco é formado por 3 pavimentos, e um pequeno estúdio de 40 m2 sobre ele (cada pavimento possui um escritório de 120 m² e terraço). Entre esses dois volumes, um térreo configura uma praça aberta e unida à rua, uma espécie de clareira entre esses dois volumes “vegetais”.


Foto 3 - Vista geral da volumetria do edifício.


Os blocos cortados por varandas, aberturas e vidros são ligados por passarelas e permeados por decks e uma praça, criando um jogo de atmosferas abertas e fechadas, íntimas e privadas, mas sempre naturais e vivas.

Foto 4 – Vista do interior de um dos escritórios


Foto 5 – Rampas, decks e uma praça de convívio comum interligam os blocos

Os materiais utilizados já são bastante conhecidos por nós, mas aplicados sempre de maneira inovadora, com técnicas que misturam o ‘vernáculo’ com o ‘contemporâneo’. Suas paredes são de cor cinza, de um concreto simples, intencionalmente deforme e esculpida para receber a cobertura de vegetação. Seus decks são de estrutura metálica com piso de madeira e os corrimões metálicos podem fazer a vez de encanamentos também. As janelas são planos de vidro protegidas por madeira com a forma pura de troncos de árvores. Essa estrutura por sua vez, tem a possibilidade de estar fechada ou abrir-se possibilitando vista à cidade.

Foto 6 – Concreto, aço, e madeira compõem de maneira inovadora a essência do edifício.

Foto 7 e Foto 8 – As janelas tem a possibilidade de proteção a sua privacidade ou se abrirem ao exterior.


Um “ser vivo”


O que permite toda a vivacidade de suas fachadas é o princípio de captação de água de chuvas. A ‘pele’ da estrutura são suas paredes externas, duplas e cobertas por uma espessa camada vegetal. Essa parede é feita de um concreto orgânico com poros preparados para receber essa vegetação, que cresce graças a seu bem pensado sistema de irrigação. A água é captada, passa por uma série de filtros até estar pura e pronta para ser guardada em reservatórios. A partir daí segue para ser distribuída e irrigada pelas tubulações que rodeiam todo o edifício, exibidos nas paredes exteriores como ‘veias’ e ‘artérias’ desse corpo vivo.

Foto 9 – Detalhe da irrigação proporcionada graças as tubulações que rodeia todo o edifício.
Foto 10 – A escolha das espécies foi determinada de acordo com o clima local e com o intuito de associar plantas com características distintas que podem se ajudar mutuamente e assim formar um ecossistema local.



A parede dupla coberta de vegetação e seu sistema de irrigação garantem o conforto térmico e acústico no interior do edifício. O sistema de captação e armazenamento de água de chuva garante até 90% de economia de água. Suas grandes aberturas e janelas estrategicamente localizadas permitem o aproveitamento da luz natural. Isso quer dizer: economia de energia e dinheiro com ar condicionado, luz e água.

Harmonia 57 incorpora características sustentáveis dialogando amistosamente com seu entorno cultural e natural. Preserva características locais, se faz uso de variáveis climáticas e preserva recursos naturais. Sua proposta não agride a tipologia local já que sua estética consegue ser selvagem e elegante ao mesmo tempo, chamando a atenção não por sua avidez e sim por sua simplicidade e inovação.

Está inserido em um meio onde os cenários culturais e laborais fervem, e está pronto para receber pessoas que querem trabalhar dentro de um organismo vivo e íntimo e que estão de acordo com as novas prioridades contemporâneas e às novas formas de habitar.

O desafio da ‘arquitetura verde’ foi cumprido de maneira excepcional e simples. Uma prova que construir sustentável não é sinônimo de tecnologia cara e inalcançável. Espaços abertos à sociedade, técnicas naturais, aproveitamento de água e luz natural, materiais regionais, usos e programas adequados e aproveitamento do terreno nos mostram que nesse edifício a Arquitetura Verde “nasce”, “vive”, “se modifica” e se faz presente.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nova York é exemplo de Arquitetura Verde

Arquitetos apostam em energia solar e reaproveitamento de esgoto para criar soluções que não destruam o meio ambiente.

Se o sonho dos arquitetos virar realidade, um edifício gigante em formato de libélula vai mudar para sempre a história de Nova York. Não só pela beleza.

O projeto Dragonfly é uma fazenda vertical de 132 andares, com espaço para criação de animais de pequeno porte, produção de frutas, verduras e plantas. A ideia é reconectar os moradores da selva de pedra com a vida rural, em um paraíso ecológico urbano que possa produzir 100% da energia que consome e, ao fornecer alimentos para os vizinhos evitar a poluição gerada hoje pelo transporte em caminhões que vêm de longe para abastecer a metrópole.

Enquanto o futuro não chega, esqueça o corre corre enfumaçado de Nova York e olhe para os jardins suspensos de um prédio que, de tão verde, foi batizado de “Visionário". Quando o sol ilumina o sul da Ilha de Manhattan, os moradores agradecem.

Painéis solares absorvem os raios e garantem 5% da energia do edifício. Os eletrodomésticos consomem pouco, as luzes se apagam sozinhas. O “Visionário” tem redução de 40% na conta de energia. O ar que circula pelos apartamentos logo é retirado do prédio por um poderoso sistema de exaustão.

"A intenção é manter o ar fresco. Você tem uma circulação constante de ar dentro e fora dos apartamentos, com uma qualidade de ar muito superior", explica o administrador do edifício Marc Klein.

Uma estação de esgoto permite o reaproveitamento de quase cem mil litros de água por dia. Assim, quando você lava as mãos, a água volta para o lugar de onde veio, é tratada e reutilizada. Por tudo isso, o edifício mereceu grau platina, o nível mais alto de certificação ambiental, de acordo com parâmetros adotados pelos Estados Unidos e outros 30 países.

Ao deitar, só resta aos moradores admirar uma belíssima fotografia do passado: uma cidade que ainda é mais cinza do que verde, mas que está sempre disposta a mudar.

A mudança não precisa ser necessariamente visível a olho nu. Afinal, ninguém pretende fazer cirurgia plástica nos arranha-céus de Nova York. Os arquitetos entenderam que a grande reforma não será no corpo, mas na alma, no interior dos edifícios. Mesmo que ele seja um gigante de 102 andares, a conclusão é que dá para pintar tudo de verde.

A intenção dos donos do edifício mais alto de Nova York, o Empire State, é trazer o prédio de quase 80 anos para os padrões do século 21. A reforma-verde do Empire State vai custar US$ 20e milhões, mas deve se pagar em cinco anos, com redução de 38% no consumo de energia.

Curioso é pensar que, há muito tempo, Nova York já foi uma cidade com arquitetura verde. Até que apareceu o ar-condicionado - uma invenção genial - que mudou completamente o desenho dos prédios, mas criou um problema.

"Os prédios foram fechados por completo e viraram enormes blocos de vidro. Agora estamos tentando retomar princípios que foram usados pelos arquitetos por séculos e séculos, como a posição em relação ao sol ou mesmo o uso de ventilação natural. Chegamos a um ponto em que essas preocupações já fazem parte da forma como pensamos. No futuro, não vamos precisar falar sobre arquitetura verde. Isso será tão óbvio que vai ser apenas arquitetura", aponta o arquiteto-chefe Craig Graber.

A nova Nova York já começa a surgir. Está quase pronto o prédio bilionário que vai servir de sede para o maior banco dos Estados Unidos. Serão produzidos quase cinco megawatts de energia. A estrutura do edifício vai reaproveitar a água da chuva e reutilizar toda a água usada no edifício. Um exemplo de que beleza, progresso e meio-ambiente podem habitar perfeitamente a mesma arquitetura. Mesmo nesse mar de concreto.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Prédio alemão "respira" para economizar energia

É arquitetura do século 21. O prédio tem persianas inteligentes que abrem e fecham de acordo com a incidência de luz e de calor.


Ülm, Alemanha

A catedral com a maior torre do mundo já não é mais a única atração diferente de Ülm - cidade que fica no coração da Alemanha.

Telhados transformados em jardins para manter a temperatura das casas estável no inverno e no verão, e árvores artificiais, com painéis solares, que em vez de folhas e frutos, dão energia agora também dominam a paisagem e fazem Ülm ser considerada uma das cidades mais ecológicas do planeta. Até o lendário Rio Danúbio cruza Ülm sem receber nenhum tipo de dejeto.

Mas a maior estrela ecotecnológica da cidade é um prédio de escritórios. Ele ocupa uma área do tamanho de quatro campos de futebol e é conhecido por ser o primeiro do mundo a respirar. O ''nariz'' é um conjunto de três tubos que brotam do chão. São captadores de ar.

No porão, antes de ser distribuído para todo prédio, o ar vindo da rua passa por dois condicionadores de temperatura computadorizados. O primeiro resfria. Funciona com a água que circula numa serpentina gigante instalada embaixo do prédio, a 100 metros de profundidade, onde a temperatura da terra está sempre ao redor de 10ºC.

O segundo condicionador de ar funciona com água aquecida pelos computadores e as outras máquinas que controlam todos os sistemas do prédio. O calor, captado por essas cápsulas especiais que envolvem os aparelhos, é transferido para uma espécie de caldeira que mantém a água acima de 30ºC.

Se o prédio respira, então podemos dizer que o pulmão dele é um grande espaço aberto, como um saguão, bem no meio do edifício. Uma área de lazer que também serve de acesso a todos os andares. O ar, aquecido no inverno ou resfriado no verão, chega por meio de gigantescos tubos. Esse mesmo ar, é distribuído para todos os ambientes. É como se os escritórios fossem órgãos de um corpo, que precisa de oxigênio para se manter vivo.

Os tubos que trazem o ar do ''nariz'' do prédio até o ''pulmão'' vão do chão até o topo. Todas as salas têm janelas para o saguão. Também têm entradas de ar no teto. É assim que o ar condicionado circula. Mas o prédio tem ainda janelas para o lado externo. Os inquilinos as chamam de ''olhos'', porque as persianas inteligentes funcionam como pálpebras: abrem e fecham de acordo com a incidência de luz e de calor.

Uma moça que trabalha no prédio diz que jamais viu algo tão ''humano'”. Parece até que o prédio tem vida, mesmo. O resultado é uma temperatura interna sempre ao redor de 22ºC.

O metro quadrado de área deste prédio custou quase o dobro de uma construção comum. Mas, segundo os responsáveis pelo projeto, o investimento a mais se paga só com a economia de energia.

“Por aproveitar ao máximo recursos naturais, esse prédio consome menos de 10% da energia gasta por um edifício convencional do mesmo tamanho”, afirma o engenheiro Günter Lindermann.

Soluções inteligentes, criatividade. Faz bem aqui dentro e também lá fora, na natureza.

Fonte: http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1273885-16020,00-PREDIO+ALEMAO+RESPIRA+PARA+ECONOMIZAR+ENERGIA.html

terça-feira, 25 de maio de 2010

Arquitetura Verde para a cidade do futuro

Uma nova geração global de arquitetos constrói edifícios sustentáveis, que buscam reconectar os seres humanos com seus congêneres e com a natureza.



BERKELEY.- Nas nações industrializadas avançadas, passamos 90% de nossas vidas dentro de casa, com pouca ligação com o grande mundo ao ar livre. As modernas técnicas de construção têm nos protegido da “mãe natureza” - e de outras pessoas - mas à custa de nosso próprio bem-estar. Nem sempre foi assim. Basta ver como eram as cidades medievais da Europa ou as características da arquitetura dos povos indígenas para se dar conta de que em outros tempos as pessoas construíam com uma atitude muito mais amistosa em relação às outras pessoas e às espécies.

Então, por que tantas estruturas que construímos em décadas recentes freqüentemente parecem isolantes e desumanas? Por que também, às vezes, nos fazem ficar doentes? “Casas doentes”, construídas com materiais que contém substâncias tóxicas, são sintomas de uma estranha síndrome pela qual deixamos que os benefícios no curto prazo e as construções a preços menores se sobreponham à habitalidade e durabilidade no longo prazo. Grande parte do ambiente moderno fabricado pelo homem parece desenhado para negar toda relação com a natureza, ao mesmo tempo em que ignora a realidade contemporânea dos recursos limitados.

Em resposta a este problema está surgindo uma nova geração de arquitetos e projetistas, com uma visão e estratégia diferentes. Eles qualificam de “verde” seu modo de construir, chamam as casas que fazem de “edifícios sustentáveis” e estão estabelecendo novos parâmetros para a construção, baseados em princípios que tendem a unir os seres humanos com seus congêneres e a natureza.

Os edifícios verdes combinam o engenho e a eficiência do projeto de alta tecnologia com materiais de construção naturais como palha, pedra e barro ou argila. Também utilizam energia solar e eólica e projetos urbanísticos com áreas livres de automóveis, ruas de trânsito lento e praças espaçosas que envolvem as pessoas numa revitalizada vida social comum. Enquanto a maioria dos construtores verdes trabalha em escala modesta, alguns pretendem projetar de novo cidades inteiras segundo os princípios do “novo urbanismo” e, inclusive, estão fazendo isso.

Peter Calthorpe, um visionário arquiteto norte-americano, conduziu processos coletivos de projeto público para as cidades de Chicago e Los Angeles e todo o Estado de Utah. Ao argumentar que não é necessário reconstruir completamente uma cidade, ele defende “ o preenchimento” dos espaços vazios em áreas urbanas deprimidas, em favor do projeto para usos e ingressos mistos que impulsionem a interação social entre classes e etnias, e que diminuam o tráfego local para criar “bairros nos quais se possa caminhar”. A cidade de Curitiba, projetada de novo durante as últimas décadas pelo prefeito Jaime Lerner e uma equipe de arquitetos urbanistas, demonstrou como os sistemas inteligentes de transporte urbano podem catalisar uma revitalização da cidade.

Entretanto, os desafios enfrentados pelos arquitetos urbanistas no mundo em desenvolvimento são maiores do que no mundo industrializado. A pobreza, o desemprego, a emigração para cidades já superpovoadas e os inadequados serviços públicos combinam-se em supercidades como São Paulo, Cairo, Manila e Lagos, para criar vastos bairros marginalizados sem serviços de água, eletricidade e esgoto, bem como sem possibilidades de emprego, educação e cuidados com a saúde. Com milhões de pessoas sem casa e dezenas de milhões que vivem em barracos feitos com papelão e lata, os arquitetos urbanistas se inclinam menos por projetos de alta tecnologia do que por materiais tradicionais e fáceis de conseguir, como adobe e palha, que têm servido eficazmente durante milhares de anos.

O movimento pós-moderno por moradias sustentáveis coloca a conservação dos recursos e a reconexão entre as pessoas e a natureza acima do isolamento privilegiado e do lucro privado. Contudo, para que seja adotado amplamente também deverá resolver a questão central, isto é, a necessidade de dar maior peso aos benefícios sociais e ambientais. Os arquitetos urbanistas enfrentam uma tarefa essencial, de levar, nas próximas décadas, os projetos verdes além do negócio da construção sofisticada.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

FeNEA

Carta de definição para Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo



O Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo - EMAU - é um projeto conceituado e fomentado pela FeNEA - Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Ele visa a melhoria da educação e da formação profissional através da vivência social e da experiência teórico-prática como um todo.

A extensão, assim como o ensino e a pesquisa, é fundamental para a formação profissional, pois é um instrumento de interação do meio acadêmico com a sociedade, tendo como princípio básico contribuir para o desenvolvimento desta, através da aplicação do conhecimento gerado e adquirido na universidade. Afirma, ainda, o compromisso da universidade com o desenvolvimento do saber. Neste sentido o EMAU é uma experiência de troca, na qual os estudantes levam às comunidades os conhecimentos específicos de arquitetura e urbanismo, e retornam à comunidade acadêmica o conhecimento adquirido em suas atividades.

O EMAU é uma iniciativa estudantil e não deve ser instrumento das universidades para suprir deficiências acadêmicas, mas sim como um complemento à formação profissional. Todo EMAU possui sua própria dinâmica de trabalho a partir de sua realidade acadêmica e regional, no entanto todos devem respeitar alguns princípios para que sejam considerados escritórios modelo. O eixo norteador ético destes princípios são os quatro postulados da UNESCO e União Internacional de Arquitetos para educação em Arquitetura e Urbanismo:

- Garantir qualidade de vida digna para todos os habitantes dos assentamentos;

- Uso tecnológico que respeite as necessidades sociais, culturais e estéticas dos povos;

- Equilíbrio ecológico e desenvolvimento sustentável do ambiente construído;

- Arquitetura valorizada como patrimônio e responsabilidade de todos.

Sendo seus princípios os itens a seguir:

- Gestão Estudantil - O escritório modelo deve ter autonomia quanto à escolha de projetos e de orientador e é livre a participação de todos os estudantes interessados de sua faculdade. Por isso, torna-se um espaço para o desenvolvimento crítico e reflexivo da atuação e formação profissional.

- Horizontalidade nas tomadas de decisão - Buscar o consenso entre todos os envolvidos no processo, não havendo peso diferenciado entre os participantes. Vale ressaltar que o orientador não é um membro superior aos demais no EMAU e tem igual direito a voz, para incentivar a capacidade de gestão dos estudantes.

- Coletividade - Incentivar e desenvolver o trabalho participativo dentro e fora da universidade, não se restringindo à discussão, mas também promovendo a ação, bem como a troca entre as partes envolvidas. O EMAU, além de ter livre a participação para todos os estudantes de arquitetura e urbanismo, é livre para outros interessados, sendo um espaço de debate aberto a toda a sociedade. Isso garante um processo projetual participativo, promovendo a mobilização social.

- Multidisciplinaridade - Buscar todos os campos do conhecimento, científico e empírico, que possam contribuir para o desenvolvimento dos projetos realizados. O contato pode acontecer por iniciativa do próprio escritório ou da outra parte interessada.

- Não-assistencialista - O trabalho deve ser realizado com comunidades organizadas, elaborado e executado em parceria com a mesma, de forma que esta dê continuidade ao projeto após o afastamento do EMAU.

- Atuação nos locais não alcançados pelo profissional arquiteto - O escritório deve trabalhar com comunidades que não possam ter acesso ao trabalho profissional de arquitetura e urbanismo. A escolha dos locais pretende ainda difundir a atividade da arquitetura e urbanismo, buscando a ampliação da atuação do profissional através da disseminação da consciência do arquiteto e de toda a população.

- Sem fins lucrativos - O escritório modelo não tem fins lucrativos, no entanto, permite o recebimento de bolsa da faculdade por parte dos estudantes. É possível também firmar parcerias com entidades externas, desde que não firam nenhum dos outros princípios aqui presentes, principalmente no que diz respeito à autonomia do escritório modelo e o foco principal na extensão de cunho social. É importante frisar que estas parcerias devem ser buscadas preferencialmente através da comunidade envolvida. A responsabilidade técnica sobre os projetos elaborados pelos EMAUs segue legislação reguladora dos exercícios das profissões, sendo assinados pelo orientador do escritório.

O Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo – POEMA - é desenvolvido pela FeNEA e está disponível para download no site da Federação: www.fenea.org. Ele visa orientar, caracterizar e estimular a criação e manutenção dos EMAUs, através da definição conceitual, dos princípios éticos e dos históricos de EMAUs existentes.   Saiba mais

Documento elaborado durante o XXXI ENEA (Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo) em Florianópolis, de 22 a 29 de julho de 2007, promovido pela FeNEA (Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil), e homologado em plenária final.